sexta-feira, 29 de abril de 2011

Demência

O êxito das lojas de conveniência
As grandes armas da ciência
Todos os métodos para perder a paciência
Seja um vencedor e não tenha consciência
Me apago na nossa coexistência
Me descalço das sandálias da inocência
Surpreendo-me em ato de condescendência
O pretérito é perfeito ás vésperas da aparência
Sufoco, ultimando-me a espera de impaciência
Extraindo formas e variadas formas de potência
Exalando e submergindo sob a onisciência
Vanglorio-me de bobagens e radiofrequências
Homens e mulheres no apogeu da coincidência...



Por Vinícius Cardoso e Lucas Barreto

A rainha.

Eu conheço a rainha do mundo e ela sabe de tudo
Ela não fala nada e eu escuto mudo
Tão por dentro moderno e antenada...
Antes o meu nada
Bocejando fluidos, planejando caras
Rostos apaixonantes e uma roupa cara
Essa é a rainha do mundo deixando os caras mudos
Enquanto seu ouvido surdo não a deixa abrir os olhos
ela vai comprando roupas caras, planejando caras
deixando caras mudos, é, ela sabe de tudo.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ideal

Imaginando diálogos pouco prováveis, repetidamente.
Mesmo que... Não, não se falaria sobre aquilo, não com tanta propriedade, não com tanta certeza, não com essa coragem
Um discurso acalorado, mãos e pés no lugar certo... Ah, eu te convenci... Com essa palestra também, curvam-se... Também, com essa palestra
Perfeito! E eu acordo o plano está pronto, tomo banho, limpando a sujeira, a coragem e a convicção até esquecer do plano perfeito, os pés e as mão estavam finalmente no lugar certo, me esqueci...

Repete-se novamente, e eu novamente ganho... Ah, eu te convenci.
É ideal, mas só e daí não vai sair. Bolando planos, diálogos.
Passo o pano, plano rasgado
As ideias sempre tão boas, boas intenções, articulações, conclusões... E eu novamente ganho.
Até acordar e me perder, até ganhar e perder... A vida passa.

sábado, 16 de abril de 2011

Menina rosa...

Eu te vi hoje, você estava igual...
Você não liga, continua linda
Minha reação também não me surpreendeu.
Eu também estou igual...
Eu ligo, continuo calado.

Deve-se seguir, é necessário seguir...
Uma vez, um menino velho me disse que não se pode parar
Aquela música me disse que não se pode parar, é eu entendi.
A práxis é o conceito do conselho que não sigo, se deve seguir, mas não, eu não.
Não quero gostar, mas é o que acaba acontecendo
Agora é certeza de que gosto disso, não do martírio, só da dúvida.
Mas se essa é a consequencia, não há nada a se fazer
Aceito calado pela madrugada, pela madrugada... Não há nada a se fazer..

Ainda

Eu não posso ficar aqui montando cidades ou colhendo bagas
E ela decide que não vai decidir nada
Eu só pedi uma ligação e um pouco de você
E ela decidiu que não vai decidir nada
É sua unica decisão?
Isso parece não ter fim
Eu não quero um fim, mas esse não é o começo certo

Há fumaça na luz..
A fumaça na luz não diz nada e eu quero respostas
Será que preciso, será que vou precisar mais quando achar as da vez?
Sempre o será, nunca é.
Sempre o talvez, sempre a incerteza, isso não sai da minha cabeça
Em cima do pescoço estão as respostas, a mesma tecla.
Eu ja devo ter achado, mas só vejo o que quero... Será? talvez..

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Um presente maior.

Eu queria te dar um presente, queria.
Pareceria mais decente, iria.
Nem e por varias vezes eu te dei o melhor presente, e você?
Você aceitou, mas deixou-lhe de lado, então qual o presente de hoje? Você o deixará de lado? Melhor não arriscar, sei lá..
O mais bonito ofereço, o mais sincero, e quase nenhum apreço.
Amanha, talvez te dê outro presente, ou o mesmo, sei lá..
Se for a solução, será.
Se for o problema me explicarei, você ira entender, irá.
Mais de uma vez me explicarei, você vai reclamar, uma cortante caneta vermelha.
Tomarei-o de volta se me cansar.
Se entregue, sou o oposto e não entendo o contrário.
Não sou o encosto, nem o ótario. Não se canse, ainda aguento.
Não ame, deve ter sido algum juramento. É só dizer sim e aproveitar o momento.
Fazer d'outro juramento, um presente, para varios momentos, quem sabe? De repente...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

São sempre discursos, palestras, pratileiras organizadas.
Curtas premissas são dados certas, promessas são falsas,
sonolentas e vivas promessas falhas.
Os dados rolam enquanto se devia viver, de que valem dados obtidos desorganizados...
Dívida moral, Madrugada superficial
A dúvida do normal, de um dia normal, perguntas sobre o que é natural...
As promessas não cessam, fazem parte da rotina do A, normal...
A Ilha ou um deserto, demais ou de menos.

E o que cerca não se devia ligar.
Se liga, diz o sereno, mas o dia começa,
e tudo se desliga ao seu redor.
A incerteza de uma rotina certa que de tão certa se confunde.

Parado em esquinas, meninos e meninas,
que mais parecem homens e mulheres,
que mais parecem meninas e meninos,
quem mais parece estar perdido?
Anjos caídos, culpados absolvidos,
meninos e meninas. Abduzidos.

sábado, 2 de abril de 2011

Está escuro demais para ver seu rosto mas ela está ao meu lado, eu sei.
Está escuro demais, e é dia.
O homem de lata volta ao convivio, é dia.
Não Pertube diz a porta, mas quem se importa?
O meu disturbio é solitario, por favor, deem a volta...
A voz da melancolia em minha cabeça
Uma agonia, e ainda é dia.
A noite músicas tristes rolam ao fundo, misturando-se com a voz em minha cabeça
Ela está ao meu lado de mãos entrelaçadas, esperando um movimento meu para ir embora
Mas eu estou preso, talvez não queira que ela se vá
Talvez ela seja uma boa desculpa que não vai ser dita.
Talvez eu encontre a saída.